quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

É preciso resistir...

A única coisa que resta é escrever, me resta permitir que as palavras expressem os sentimentos enjaulados aqui dentro. É preciso sentir e, mais do que isso, é preciso resistir. Falta força para continuar, força para aguentar, força para resistir. Alguns dias não se consegue sorrir internamente, ver as coisas boas das pequenas coisas, só se consegue sofrer, sofrer e sofrer. Como se as lágrimas pudessem aliviar tudo o que dói, que, na verdade, é em vão. Já faz tempo que aprendi que isso não funciona sempre. Parece que quanto mais se chora, mais se inunda de sofrimento. Tenta-se entender tantas coisas. Tantas coisas ficam sem respostas e, o excesso de perguntas sufoca. Entender... Acho que passei a vida tentando dar explicação para coisas que não faziam sentido algum. Talvez agora seja a hora de desistir. Se permitir desistir. Ou de, simplesmente, não reagir. Acho que tenho esse direito. Tenho o direito de permanecer em silêncio, eu e minha dor. Quanto mais se tenta, mais força se perde. Mais parado fica. Desistir dói, resistir também. Basta saber qual dor se está disposto a aguentar.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Sobre pessoas que traem...


Chega ser estranho falar disso. Afinal, depois usar um smartphone é a coisa mais “comum” hoje em dia. Traição.

Poderia falar aqui sobre vários tipos de traição e daria praticamente um livro sobre isso. Mas não quero falar sobre ela. Quero falar sobre as pessoas que possuem esse hábito, se é que isso pode ser chamado assim.

Na praia, estive reparando as pessoas à minha volta. Mania de psicólogo, ou não, observar sempre foi algo que fiz bem. O outro deixa muitas evidências. Reparei enquanto um menino brincava com uma espada de brinquedo com, provavelmente, seu pai na calçada de uma rua. A mulher ao lado tirava fotos deles e sorria, enquanto segurava um bebê e um cachorrinho pela corrente.

Fico pensando caso um deles (do casal) resolva esquecer a promessa, muitas vezes silenciosa, mas primordial, de um relacionamento: o respeito.

É completamente fora de contexto para mim, a pessoa chegar em casa, dormir na mesma cama, beijar os filhos no quarto ao lado, alimentar o cachorro que escolheram juntos, e simplesmente, como se fosse tão natural quanto comer arroz com feijão, trair.

Não consigo entender como alguém, em plena consciência, consegue abandonar uma família pela qual tanto lutou por alguém completamente sem escrúpulos (que se fosse de boa índole jamais se permitiria estar em uma situação dessas), algo que não se sabe de onde veio e por que motivo foi acontecer naquele momento.

E não venha me dizer que é amor.
Amor não destrói lares.
Amor não destrói corações.
Amor não despedaça famílias.
Amor não afasta o que é bom.
Amor não estraga relações.


O amor, para mim, jamais, EM HIPÓTESE ALGUMA, iria infringir a maior de todas as leis relacionais. Ele mesmo, o respeito. A partir do momento que não há respeito, não há amor.

Talvez a palavra-chave seja caráter. Podemos escolher o que quisermos, desde que estejamos convictos de que tudo o que fizermos ao outro, voltará para nós. Se não quero mais viver naquela casa, com aquela pessoa, por que não chegar para ela e conversar? Se não houver jeito, ok. Vá embora. Junte suas coisas e vá. Mas antes de fazer qualquer outra coisa, respeite. Seja verdadeiro com o próximo. Só assim você conseguirá a verdade para si.

Pessoas de caráter sabem a hora certa de dizer não. Sabem exatamente quando é preciso pensar duas vezes antes de tomar certas atitudes destrutivas.

Garanto que o sofrimento não é apenas de uma parte. O sofrimento corrói tudo o que pertence àquela relação.

O cuidado que queremos para nós, é o mínimo que podemos ter para com o outro.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

O dia em que deixei de ser babaca...


Sempre soube que esse dia chegaria. Sério. Pensava que iria acordar, em uma bela manhã ensolarada, e PLIM! Não serei mais babaca. Não foi tão simples assim. No dicionário, a palavra babaca significa:

babaca
(adjetivo e substantivo de dois gêneros)
1. 1.
que ou o que é ingênuo; simplório, tolo, babaquara.
2. 2.
que ou o que não tem vivacidade ou inteligência; bobo.


Nada poderia se encaixar melhor. Ingenuidade ou não, sempre fui uma babaca de carteirinha. Daquelas que tem uma terrível dificuldade de dizer não, uma terrível dificuldade em deixar o problema do outro de lado (não é a toa que faço Psicologia, não é verdade?), daquelas que simplesmente não consegue virar as costas e deixar ir.

Claro, tudo na vida tem um lado bom.

Esses dias, li na internet que pessoas ingênuas possuem um coração enorme e, exatamente por isso, sofrem mais.
Se você se considera uma, vai aí um recado:
Acostume-se!
Você irá sofrer. E em dobro.

Acho incrível que algumas coisas são tão simples quando feitas por outra pessoa, e quando é comigo, sai de baixo! Tudo vira um caos.
“Faça isso, faça aquilo, é desse jeito...” Nada resolve. Não importa a quantidade de conselhos que se recebe, você sempre acredita que tudo irá mudar. Você sempre acredita que algo bom irá sair dali. SEMPRE.

Alguns garantem que isso é uma qualidade. Para mim, toda qualidade tem limite. Não é bom ser boazinha demais, não é bom ser emotiva demais, não é bom se importar demais com o outro, não é bom ser prestativa demais... Enfim, tem limite. E que, muitas das vezes, os adeptos ao Babaca’s Club, simplesmente ignoram!

Tive que aprender na marra que o outro é importante sim, mas que primeiro VOCÊ deve se considerar importante. Tão importante quanto o outro. Tão importante ao ponto de entender que existem limites que devem ser respeitados, e os seus próprios limites deviam se tornar regras.
Tive que aprender a dizer não. Aprender que muitas vezes o sim irá te prejudicar tanto quanto o não, cabe a você decidir o que irá lhe trazer menos prejuízo.

Mudar dói. Se transformar dói. É um processo, e somente nós temos o poder de inicializa-lo. Chega de dizer sim para todo mundo, chega de deixar que o problema do outro interfira na sua qualidade de vida, chega de achar que você sempre tem que ter o controle...

Afinal, podemos mesmo controlar alguma coisa?

A vida é uma constante adaptação. Todos os dias, todos os segundos, nos adaptamos a ela. Viver requer coragem, mudar requer atitude.

Chega de ser babaca.
Está na hora da metamorfose. Permita-se.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Expectativas...

Expectativas doem. Doem mais do que a perda, mais do que a luta, mais até do que algumas mágoas. Esperar qualquer coisa do outro é saber que estamos esperando algo que não podemos controlar. Que não temos garantia alguma de que irá acontecer. Muitas vezes esperamos que o tempo mude, que as estações passem, que a paz venha, que a dor acabe... Esperamos, esperamos, esperamos. A falta de um resultado é excepcionalmente frustrante. A espera de um amanhã incerto é enlouquecedor. Fico me perguntando se existe algo bom na expectativa. Até quando esperamos de nós mesmos nos decepcionamos. Bom seria se fôssemos treinados para não esperar. De nada, de ninguém. Tantos sofrimentos seriam evitados, tantas lágrimas, tanto desespero. Esperar gera ansiedade. E, cá entre nós, se tem algo prejudicial à saúde é a tal da ansiedade! Nossa! Quanta coisa ruim internalizamos através dela. Não queria ter medo do amanhã, queria poder arriscar e não esperar resultados. Entretanto, pensando bem, se viver fosse fácil seríamos crianças para sempre e o máximo de preocupação que teríamos é em poder ou não brincar no outro dia. A dor da expectativa frustrada se instala como uma raiz dentro de nós. E para arrancá-la dá trabalho. E como dá!

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Viva!


Embora estejamos vivendo em um mundo cada vez mais aterrorizante e desesperador, sempre penso na vida como um milagre. Sinto-me feliz em estar viva, apesar das variadas guerra, de notícias inimagináveis, como diria Julien Green: “não sou capaz de matar em mim a simples alegria de viver.” A vida é uma dádiva e nós escolhemos o que fazer com ela. Porém, entre tantas escolhas erradas e problemas, a vida é o único bem pelo qual não devemos desistir de lutar. Existem pessoas morrendo, querendo viver. Existem pessoas que lutam para viver, morrendo. Paradoxal, não? Por que estamos deixando a vida de lado? Por que estamos a matando com nossas escolhas equivocadas? Por que não pensamos antes de agir? Por que não cuidamos do que nos foi dado? Tantas perguntas, tantas! E a verdade é que cada um possui sua própria resposta, basta se interrogar, se analisar, se entender. A nossa felicidade não pode estar baseada no outro ou em qualquer outra coisa que não seja na vida. No dia-a-dia. Em tudo o que temos. A felicidade está nos pequenos detalhes, no bem que fazemos ao outro, no sorriso simples, na realização de nossos sonhos... Há tantas maneiras de se viver, tantas escolhas... O importante é saber que, não importa o caos em que o mundo se encontra, o que importa é como ele está afetando sua vida e o que é preciso fazer para mudar o que está negativando seus dias. A mudança deve começar em nós. Em mim. Em você. Sorria para a vida, mude a rotina, ame e, até sofra, mas não desista do amanhã. Ele pode te proporcionar momentos inenarráveis.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Não existe saída

A gente erra tentando acertar, erra tentando mudar, erra pelo simples fato de não conseguir fazer diferente. A gente erra tanto, tanto, que muitas vezes paro para pensar se é realmente possível sobreviver ao caos que existe dentro de nós mesmos. Se é realmente possível entender que não existe possibilidade alguma de sermos perfeitos ou ao menos chegar perto disso. Nossa, como erramos! Como somos falhos! Erramos com o outro, que não é obrigado a suportar essas falhas, erramos com nós mesmos, ferindo coisas que nem sabíamos que estavam guardadas lá dentro. Todos os dias somos feridos. Nos ferimos por não conseguir, por desistir, ou por continuar e lutar. Por mais paradoxal que isso pareça é a verdade. Não importa a escolha que você faça, você irá se ferir. Se resolver ficar parado, você vai se ferir. Se for caminhar, também irá. Não existe saída, não existe solução. Mas existe resiliência, e essa força pode se tornar tão grande que faremos coisas inimagináveis... basta acreditarmos nela!

terça-feira, 14 de julho de 2015

Quem nunca?

Se tem algo pelo qual todo mundo já sofreu pelo menos uma vez na vida é por amor. A internet está lotada de vídeos até de crianças que sofrem por amor, então acredito que não há quem possa escapar das garras desse sentimento tão paradoxal. Quem nunca cometeu burrices e loucuras por outra pessoa? Quem nunca abriu mão de algo por alguém? Quem nunca sentiu que o peito fosse explodir ao perder alguém importante? Quem nunca? Que atire a primeira pedra quem nunca sofreu por amor, não é verdade? Durante toda a nossa vida conhecemos pessoas tão diferentes e que despertam sentimentos tão únicos que, muitas vezes, não sabemos lidar. Nos apaixonamos perdidamente por aquela pessoa que “não presta” e que, desde o início, já sabemos qual será o final. Entregamos o coração para pessoas que não estão tão entregues assim. Sofremos quando somos humilhados, envergonhados, traídos e tratados como um lixo por quem mais amamos. Enfim, sofremos, sofremos e sofremos. A vida não é fácil mesmo! Mas existe um momento único na vida, um divisor de águas. O momento em que acordamos. O momento em que amadurecemos e que a ficha cai de que não fomos feitos para isso. Não fomos feitos para sofrer. Não existe alguém perfeito para nós, fabricado com todas as características que o príncipe encantado da Cinderela. Não existe cara metade, alma gêmea ou metade da laranja, como quiser chamar. Existe identificação. Existe esforço. Não existirá um relacionamento perfeito, em que duas pessoas serão eternamente felizes sem que nada de ruim aconteça. Existe a verdade e sinceridade de almas que se querem bem, que se respeitam e que lutam JUNTOS para que permaneçam unidos. Existe o amor que, por mais paradoxal que seja, é isso. Amar é sofrer, mas acima de tudo, amar é saber que o outro possui defeitos e limitações que, em algum momento da caminhada poderá vir a incomodar. Mas isso não é motivo para descarte, porque há amor. Quando se ama, sabe-se que não importa o que aconteça, não importa se o mundo está caindo ao seu redor, você tem uma mão para segurar e te manter firme. Você tem alguém que, tanto quanto você, luta para estar ocupando esse lugar. Luta para que a felicidade esteja presente. Luta para que o amor permaneça. Quando amadurecemos emocionalmente, aprendemos que o maior bem que podemos fazer ao outro é respeitá-lo. Ame, mas respeite. Não há no mundo sofrimento que não possa ser cessado quando agimos com sinceridade, respeito e amor. O outro é tão importante quanto você. E se você já sofreu por amor um dia pode ter certeza que, em algum momento, não é a pessoa certa que irá chegar, mas sim alguém com tantos defeitos quanto você, mas com a mesma vontade de fazer dar certo.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Ah, o amor!

Engraçado como nós, seres humanos, não sabemos lidar com o amor. Queremos uma vida livre, mas não nos damos conta de que o amor, na verdade, não nos dá o direito de escolha. Ele chega e pronto. Joga tudo para o alto, muda nossas vidas e nem pergunta se é isso mesmo que a gente quer. Ninguém que ama é fraco. As pessoas se tornam fracas quando deixam de lutar por medo de amar. Amar não é sentir-se preso, é sentir-se acolhido. É ter com quem contar nos dias difíceis e nos fáceis também. Amar é sorrir, chorar, se preocupar... É um colossal de sentimentos que, no final, você nem consegue se lembrar de onde veio. Foi do beijo? Do abraço? Sorriso? Olhar? Não importa, na verdade. O que importa é que ele esteja ali. O amor não nos traz segurança alguma quanto ao dia de amanhã, mas nos faz ter a certeza de que, não importa o que aconteça, se ele estiver ali, existe uma possibilidade do caos se tornar suportável.

- Beatriz Cortes

terça-feira, 7 de julho de 2015

Não desistir...

Certa vez alguém veio me dizer para nunca desistir. Você já deve ter ouvido isso de alguém, ou de várias pessoas. Engraçado é que a questão que a maioria delas não entende é que não existe uma receita pronta para a persistência. Não existe uma fórmula mágica para se ter esperança. Não desistir é difícil. Mais do que você imagina. É fato que em alguns dias você irá levantar da cama exalando esperança e desejo pela vida... Você vai levantar querendo deixar todos os problemas de lado, tudo o que te incomoda, vai levantar querendo ser feliz e pronto. Não importa o resto. Estar perto de você nesses dias vai ser bem fácil. É fácil viver perto de gente feliz. Mas nem todos os dias são claros. Nem todo sorriso dura. Quem irá ficar quando você acordar querendo apenas que o dia termine logo? Quem estará do seu lado quando a esperança tiver ido embora? A dor sempre chega, assim como o sol após uma noite escura. Ela chega. E quem escolhe não desistir é você. Quem escolhe ver a luz do sol é você. Deixa doer tudo o que tiver que doer nos dias de escuridão, porque só assim você irá aproveitar verdadeiramente a luz do dia. Afaste-se de tudo que te destrói e deixe sobrar lugar para as coisas boas que virão. Elas podem demorar, mas sempre chegam. E você só poderá vê-las se não desistir...

- Beatriz Cortes

segunda-feira, 29 de junho de 2015

O começo

A gente se engana todos os dias. Com as pessoas, com as coisas, conosco. O tempo todo estamos a mercê da vida e das escolhas que, de uma forma ou de outra, não são incumbidas a nós. Tudo dura o tempo que precisa durar, de fato. Mas acho que a vida podia nos avisar antes, como uma cúmplice, o quanto de expectativa devemos colocar naquele novo acontecimento. Ah, as surpresas da vida!!! Agradáveis ou não, elas não pedem autorização, só chegam. Acostumar é nosso dever. Entender nem sempre será possível, mas aceitar será preciso. Toda vez que a vida nos der uma rasteira, nossa obrigação é mostrar para ela que somos capazes de nos adaptar, que conseguiremos dar a volta por cima e recomeçar. A aceitação é o começo, e é dele que se inicia uma partida...

domingo, 7 de junho de 2015

Junho

Junho. Mês dos namorados.

Todo mundo resolve aparecer namorando. Alguns relacionamentos duram mais que um mês, outros, semanas. O marketing dessa data nos deixa um pouco sentimental demais e, claro, todo mundo parece ficar carente.
Muitos se perguntam por que a FACULDADE inteira está jantando com seus devidos namorados e você está em casa comendo chocolate e vendo Harry Potter... (fiz isso ano passado, assumo). Muitas vezes, estar sozinho é uma escolha. Muitas vezes essa escolha não é nossa. Viver um relacionamento no mundo de hoje não é algo que considero fácil. Por mais que haja amor, viver em contato com o outro é mais difícil do que você imagina.

Se fosse apenas dormir abraçado nos dias frios, beleza. Se fosse apenas se divertir, ótimo. Mas não é. E pode ser que para você seja. E se for, só te peço uma coisa: pergunte para o outro o que isso significa para ele também. Pode ser que ele pense da mesma forma, pode ser que não.

Não engane ninguém. Não finja ser algo que você não é. Não vale a pena. Acho que ser enganado é a forma mais baixa de maldade que existe. Escolher errado porque é o que você quer, é uma coisa. Agora, mergulhar de cabeça acreditando em uma coisa que, na verdade, só você acredita que exista, é algo bastante doloroso.

A verdade sempre nos levará além. Nada irá dar certo enquanto nos sentirmos no direito de brincar com o outro. Brincadeira tem limite! Não faça alguém acreditar em algo que você não sente. Não engane a si mesmo. Quem perde é você. Somente. Não vale a pena estar com alguém somente por estar. Nosso coração não é à prova de balas e, na minha opinião, é completamente impossível você “estar” com alguém e não se envolver de alguma forma. Seja ela qual for. Somos seres sociais. O outro importa sim, e muito. Nos afeta sim, e muito. Vai por mim, você estará bem mais feliz se for sincero. A alma fica leve. E não é isso que a gente quer? Leveza...

quinta-feira, 4 de junho de 2015

O amor nos molda


Em um mundo em que as relações são tão descartáveis, será que ainda é possível confiar em alguém? Será que ainda é possível viver algo intenso? Não há esforço, não há investimento, não há vontade. É surpreendentemente fácil conhecer pessoas atualmente. Você abre qualquer rede social e pronto. Problema resolvido. Será que está mesmo? Por quanto tempo vamos ficar empurrando com a barriga esse tipo de atitude? Por quanto tempo vamos continuar pensando que a satisfação de um prazer momentâneo é a melhor saída? Você ainda tem um coração? Você ainda possui consciência e sentimentos?

sábado, 30 de maio de 2015

Essa sou eu

Se tem algo que aprendi com a Psicologia é que fazer uma autoanálise é essencial. Sempre chego à conclusão de algo que é sempre muito óbvio para as pessoas ao meu redor e nunca fica totalmente explícito para mim. A vida nos obriga a crescer, nos obrigada a assumir nossas responsabilidades e a repensar nossas atitudes. Respiro fundo. Nada nunca foi fácil para mim e até me orgulho disso. Conquistar algo é sempre muito melhor do que ganhá-lo. Acho que sonho demais. Acho que acredito demais. Mas quer saber de uma coisa? Essa sou eu. Eu e minha singularidade. Eu e minha subjetividade. Eu e meu amor próprio. Sinto-me aliviada quando percebo que o resultado da minha própria análise é sempre voltado (psicanaliticamente falando) para minha resistência. Só mudamos quando a atual realidade é realmente insuportável. “Somos o que somos, e somos principalmente, o que fazemos com o que somos”. Essa sou eu. A que sonha acordada, a que sofre pelo outro, a que ama sem medo, a que se arrisca, a que enfrenta. Sou eu. É elementar que eu me aceite e aceite o outro com toda sua bagagem de defeitos e qualidades. Esperar algo além disso, é ilusão. E, cá entre nós, a realidade é muito melhor, não é?

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Não há mal que dure para sempre


Eu tentei. Tentei por diversas vezes ser o que você queria. Tentei esquecer meus preconceitos, minhas verdades, minhas convicções pra entender tudo o que vinha de você. Eu não queria perder nenhum segundo ao seu lado. Te ouvi. Acreditei em você. Fiz o que pude e sabe o que eu descobri? Que estava errada. Nunca fui o problema. Na verdade, nem você. O problema estava em nós dois juntos. Eu não devia ter mudado tanto, e você deveria ter reparado mais. Eu não devia ter acreditado tanto, e você... Ah, eu não sei sobre você. Você nunca me deixou descobrir. E agora que não sou mais a mesma, não me reconheço mais. Não consigo encontrar as partes que deixei para trás. Não consigo me recompor. Sei que não será assim para sempre, sei que a parte que você roubou eu jamais terei de volta, mas não importa. Não há mal que dure para sempre. E se durar, vou aprender a colocá-lo em seu devido lugar. Afinal, não sou a primeira e nem serei a última. O sofrimento é inevitável. Mas nós que escolhemos o que fazer com ele.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Sonhei


Sonhei. Sonhei que lá fora o sol nascia e as gotas de orvalho brilhavam sobre o jardim. Abri a janela e o vento gelado me causou arrepio. Você ainda estava deitado, a expressão calma enquanto respirava intensamente em seu sono profundo. Enquanto via o sol nascer e os raios invadiam o quarto, sentia-me protegida por te ter tão perto. É engraçado como só sua presença já me acalma. Você não precisa falar, não precisa olhar, você só precisar estar ali. E o sorriso? Ah, o sorriso que me tirava o foco e o chão, me fazia flutuar... eu conseguia imaginá-lo no seu rosto sem nenhum esforço. Desde que você chegou eu não consigo reparar em nenhum outro sorriso. O seu é único e especial. E quando ele é direcionado para mim, meu coração se aquece, como nossos pés juntos em uma noite fria. Sinto que se pudesse escolher um lugar, estaria exatamente aonde estou. É como se o lugar do meu coração fosse junto ao seu, como se meu único cobertor fosse você, como se minha alma dependesse inteiramente do seu amor. Sentei-me na cama ao seu lado e passei uma de minhas mãos, delicadamente, sobre seu rosto. Percorri o caminho dos olhos até sua boca desenhada, e o beijei. Só deixei que meus lábios sentissem o toque dos seus e os libertei novamente. Deitei-me ao seu lado, tentando não acordá-lo, porém você sentiu minha presença ali e abraçou-me. Senti sua boca quente em meu ouvido e, encarando o sol que já nascera, adormeci no calor de seus braços. Acordei. O sol queimava minha pele e quando meus olhos se acostumaram com a claridade, percebi que tudo não passara de um sonho. A janela continuava aberta, mas você nunca esteve ali. Não naquela noite. Não naquela manhã. Você se fora. Quantos pedidos preciso fazer para tornar um sonho real? Quantas noites passarei sozinha até que o tenha de volta? Bom seria conseguir tocar seu coração, da mesma forma que toco agora sua única blusa que aqui ficou, e dorme comigo todas as noites. Seu cheiro faz com que as lembranças presas em meu inconsciente desencadeiem um colossal de sonhos frustrados. Sonhos inacabados. Sonhos que não serão reais. Porque você se foi. Foi uma escolha sua, e minha maior prova de amor é respeitá-la.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Em meio a guerra

Sou ingênua o suficiente para acreditar que, mesmo nesse mundo atual, o amor ainda insiste em existir. Mas não sou fraca para desistir quando descubro que, para vive-lo, preciso ir à luta. Nem que isso deixe meu coração remendado de tantas vezes que se despedaçou. Quanto mais você cai, mais você aprende a dar valor para os dias em que está de pé para ver o sol. Não é à toa que dizem que só se valoriza quando perde, é só quando sofremos que conseguimos entender o imensurável cuidado que devemos ter com nós mesmos e com o outro. Não se brinca com pessoas. Não se brinca consigo mesmo. Em uma guerra, só perde quem não luta. A derrota também é uma chance. A chance do recomeço.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Maneira errada????


Os adeptos a nova música do Jorge e Mateus que me perdoem, mas preciso falar!
Primeiramente, sou fã da dupla e amo as músicas, canto, ouço e danço. Quem nunca sonhou em ver um príncipe do século XXI cantando Eu amo você, não importa o que vão dizer, eu quero só você, eu quero só você? Acho que todo mundo quando está com “sintomas de paixão” acredita que isso vai acontecer um dia, ou pelo menos espera profundamente que aconteça. Afinal, a dupla está aí para nos iludir da forma mais linda que existe, não é verdade?

Eis que baixo o CD novo chamado Os anjos cantam como a grande fã que sou. De primeira, não reparei nada de errado, afinal todas as músicas são lindas, como sempre. Só que então, estava em uma noite dessas na faculdade e uma das minhas amigas estava com uma meio chiclete na cabeça. Ela ficava cantando aquilo o tempo todo, o tempo todo, o tempo todo. Aí fui ouvir a tal música, agora com calma, para ver de que se tratava na verdade. Maneira errada, o nome. Ok. Parece boa. Mas aí, eu, com minha visão romântica da vida, levei um susto já de cara.

terça-feira, 5 de maio de 2015

E-S-C-O-L-H-E-R

Tenho ficado um pouco cansada. Cansada de acreditar, cansada de esperar, cansada de ver as coisas dando errado e de não ter muito o que fazer para que isso mude. Cansada de tentar entender para que lado a vida tá andando e eu continuo aqui, perdida, sem direção. Algumas vezes queria não ter escolha, só para simplesmente evitar de cometer erros e deixar que a vida tome seu próprio curso. Escolher nem sempre é uma dádiva. Principalmente quando você tem uma certa tendência a escolher errado, se é que você me entende! Mas já dizia Sartre que é impossível não escolher, afinal, o não escolher já é, em si, uma escolha. Levando em consideração que existem coisas imutáveis (e essa é uma), só me resta acostumar com a ideia de que vou continuar batendo a cabeça por aí, tentando encontrar o caminho certo, a pessoa certa, e que, de uma hora para outra ou pelo menos uma vez na vida, escolher não vai ser mais um carma. Um dia eu aprendo a linguagem do meu coração e descubro por onde ir, escolhendo certo dessa vez.

- Beatriz Cortes

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Minha própria sorte

Em alguns dias a gente acorda sem sorte mesmo. Perde a hora, tropeça no próprio chinelo, bate com o dedo do pé na quina da cama, o celular cai no chão. E lá se vai um dia em que tudo dá errado e nada está realmente bom. Mas, se te consola, eu sou aquela pessoa que tornou a sorte uma grande inimiga. Ainda não entendi por que ela me odeia tanto, mas resolvi odiá-la também. Ocupo todo o meu tempo só para que ela não tenha espaço. Ah, queridinha, você não me ajudou em nada até agora, então some! Cai fora! Toda vez que eu acho que é você me trazendo algo de bom, crio um caminhão de expectativas, me arrumo toda, me preparo para te receber e o que você faz? Você diz que tudo não passava de uma grande pegadinha! Eu demorei, mas aprendi. Vou criar minha própria sorte e vou chama-la pelo nome que eu quiser. E então vou ter todo o prazer em dizer que quem criou minha própria “sorte” fui eu. Eu corri atrás. Eu conquistei. Quem precisa da sorte quando se descobre que é possível reinventá-la.

- Beatriz Cortes

domingo, 26 de abril de 2015

Um amor tranquilo, por favor

Pode passar o tempo que for, jamais vou perder essa mania de ser intensa. Todos os dias, o que peço é a paz de um amor tranquilo. Um lugar seguro. Me pego tentando descobrir se isso é utopia, se é irreal, se não é possível. Nunca obtive repostas satisfatórias. E será que elas existem? Olho a minha volta e vejo que as pessoas querem tanta coisa ao mesmo tempo, e eu só quero um colo. Só quero ter para onde ir. Ter um porto para os dias de tempestade, um farol para a escuridão. Quero encontrar um outro sorriso nos dias bons, um abraço aconchegante, um amor que me traga paz. Não quero que a intensidade me abandone, quero apenas que ela esteja no lugar certo. Quero apenas que ela se encontre. Vê-la perdida me destrói aos poucos. E meu maior medo é de que, quando ela encontrar seu lugar certo, já não consiga ser inteira mais. E de que maneira ela irá me ajudar intensamente despedaçada?

terça-feira, 14 de abril de 2015

Inteira

E é fato que ser inteira não é lá tão fácil assim. A gente ouve vários discursos sobre ser completo, sobre se bastar, como se pudéssemos simplesmente ouvir, analisar a informação e PLIM, agora somos pessoas inteiras. Ah, queria eu que fosse desse jeito! Queria eu acordar inteira, sem essa necessidade absurda do outro... É no encontro com o outro que nos tornamos quem realmente somos. Que colocamos à prova nossos sonhos, nossos valores, nosso eu. Até que ponto essa busca incessante de achar outro coração pode ser saudável? A resposta para essa pergunta é completamente subjetiva. Na minha opinião, não preciso do outro para ser completa, mas preciso dele para ser inteira. Não falta pedaço algum em mim, sou completa, mas para encontrar tudo de melhor que posso ser, preciso do outro para viver o amor. Vivendo o amor, estou inteira. Amando o outro, eu me encontro. Me basto. Vivo. Não existe alguém para completar meu coração. Existe um coração, que junto ao meu, me torna inteira. Imensuravelmente mais feliz.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Uma coragem que só você tem

Ser forte o tempo todo cansa. Segurar o choro, cansa. Ser pulso firme o tempo todo, cansa muito. Muito mesmo. Acho incrível a capacidade do ser humano de se decepcionar tantas vezes e mesmo assim ainda continuar acreditando nas pessoas. De algumas só esperamos o que é essencial: respeito. De outras, esperamos mais do que a pessoa pode oferecer. De fato, é normal que isso aconteça, até porque nada disso fica explícito quando entramos em contato com o mundo do outro. Tudo é uma grande descoberta! Uma grande surpresa! Cá entre nós, aonde você coloca suas expectativas acaba se tornando um problema unicamente seu, não é verdade? E quando a decepção chega (porque ela sempre chega, afinal, o outro não é obrigado a saber de tudo) cabe a nós respirar fundo, ser forte, segurar firme e recomeçar. Ah, como essa palavra traz sentimentos paradoxais: RECOMEÇAR. O triste adeus para o passado, a esperança do que é novo... É, viver é para os fortes. E ser forte o tempo todo exige uma coragem que só você tem.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Pôr do sol

Tudo bem que a liberdade é boa, mas por que não alguém para um cafuné no final do dia? Um abraço apertado quando as coisas não estão indo bem, ou quando estão bem demais. Ah, a vida sozinha é triste. Talvez seja mais fácil, mas não acredito que seja melhor. Olhar para o lado e encontrar outros olhos é tão acalentador. Quero um final de tarde com pôr do sol na praia, quero me encontrar em outro olhar, quero que seja real...

Beatriz Cortes

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Que tudo mude...

As coisas mudam o tempo todo. Coitado daquele que espera que sua vida seja para sempre igual. Eu quero que tudo mude mesmo. Quero que tudo durma arrumado e acorde uma bagunça. Quero realizar meus desejos e se eu vier a me arrepender, que seja por ter feito e não por nunca ter tentado. Quero me ver livre dos medos e ter força para aguentar as consequências das minhas escolhas. Porque, na verdade, tudo se resume a elas, não é? O tempo todo estamos escolhendo, e eu amo ter opções, amo ficar em dúvida, amo escolher. Chato seria se já soubéssemos de tudo. O prazer da vida está nas surpresas que aparecem no meio do caminho e na mudança que elas podem proporcionar.

- Beatriz Cortes