quarta-feira, 28 de outubro de 2015

O dia em que deixei de ser babaca...


Sempre soube que esse dia chegaria. Sério. Pensava que iria acordar, em uma bela manhã ensolarada, e PLIM! Não serei mais babaca. Não foi tão simples assim. No dicionário, a palavra babaca significa:

babaca
(adjetivo e substantivo de dois gêneros)
1. 1.
que ou o que é ingênuo; simplório, tolo, babaquara.
2. 2.
que ou o que não tem vivacidade ou inteligência; bobo.


Nada poderia se encaixar melhor. Ingenuidade ou não, sempre fui uma babaca de carteirinha. Daquelas que tem uma terrível dificuldade de dizer não, uma terrível dificuldade em deixar o problema do outro de lado (não é a toa que faço Psicologia, não é verdade?), daquelas que simplesmente não consegue virar as costas e deixar ir.

Claro, tudo na vida tem um lado bom.

Esses dias, li na internet que pessoas ingênuas possuem um coração enorme e, exatamente por isso, sofrem mais.
Se você se considera uma, vai aí um recado:
Acostume-se!
Você irá sofrer. E em dobro.

Acho incrível que algumas coisas são tão simples quando feitas por outra pessoa, e quando é comigo, sai de baixo! Tudo vira um caos.
“Faça isso, faça aquilo, é desse jeito...” Nada resolve. Não importa a quantidade de conselhos que se recebe, você sempre acredita que tudo irá mudar. Você sempre acredita que algo bom irá sair dali. SEMPRE.

Alguns garantem que isso é uma qualidade. Para mim, toda qualidade tem limite. Não é bom ser boazinha demais, não é bom ser emotiva demais, não é bom se importar demais com o outro, não é bom ser prestativa demais... Enfim, tem limite. E que, muitas das vezes, os adeptos ao Babaca’s Club, simplesmente ignoram!

Tive que aprender na marra que o outro é importante sim, mas que primeiro VOCÊ deve se considerar importante. Tão importante quanto o outro. Tão importante ao ponto de entender que existem limites que devem ser respeitados, e os seus próprios limites deviam se tornar regras.
Tive que aprender a dizer não. Aprender que muitas vezes o sim irá te prejudicar tanto quanto o não, cabe a você decidir o que irá lhe trazer menos prejuízo.

Mudar dói. Se transformar dói. É um processo, e somente nós temos o poder de inicializa-lo. Chega de dizer sim para todo mundo, chega de deixar que o problema do outro interfira na sua qualidade de vida, chega de achar que você sempre tem que ter o controle...

Afinal, podemos mesmo controlar alguma coisa?

A vida é uma constante adaptação. Todos os dias, todos os segundos, nos adaptamos a ela. Viver requer coragem, mudar requer atitude.

Chega de ser babaca.
Está na hora da metamorfose. Permita-se.